quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Enquadramento


Meta do feriado: felicidade.
Desanuviar a pressão, tirar o mundo das costas.
Nada de choro, frustração, tristeza, desesperança, crises, questões existenciais, chuva.
Apenas eu, minha essência (assim espero), pessoas especiais e uma nova paisagem de fundo para o filme da minha vida.
Tô pensando em despedir o roteirista desse drama.
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Bebel Clark

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Descoberta

"Eu tenho a espécie de dever
Dever de sonhar e sonhar sempre
Pois sendo mais que um espectador de mim mesmo
Eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso
E assim me construo, a ouro e sedas
Em salas supostas
Invento palco, cenário
Para viver o meu sonho
Entre luzes brandas e músicas invisíveis"

(Fernando Pessoa)

Peixe fora d´água

Por aqui, sol e aquário.
Não vejo a hora de me libertar.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Cumplicidade


Quando o teu passar me vai mostrando
A forma como passas bela e graciosa
Do modo como olhas meiga e ansiosa
Pareces saber o que estou pensando

E se tu pensas o que estou julgando
Não esteja mais a tua mente duvidosa
Pois apesar de discreta e cuidadosa
O que sentes teu olhar vai revelando

Mas se temos o mesmo pensamento
Que nossos olhos mostram bem patente
O que é então que nos cala e nos impede

De acabar de vez com este fingimento
Tentando esconder aquilo que se sente
E que este nosso olhar há tanto pede?

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Por onde andas, Zé?


Bebel (Tom Jobim)

"Pra que tentar mais uma vez,
Pra que lembrar aquela vez
O que você Bebel me fez,
Como esque...cer aquela vez,
Bebel, Bebel
Bebel você é muito mais do que,
Eu já sonhei e até,
Até pensei me apaixonar
Porque você, sorrindo,
É muito mais que lin...do
Mas é bonita mesmo,
É uma bele...za,
Força da natureza
Bebel encostada no muro,
Sonhando no escuro,
À luz do luar
Bebel esta coisa mais louca,
Esse beijo na boca,
Que eu vou te dar
Você vai sonhar,
Vai se apaixonar,
Você vai chorar
Não chora Bel,
Não chora Bebel,
Não chora, não chora,
Não chora, não Bebel,
Bebel
Mas é bonita mesmo,
É uma bele...za,
Força da natureza
Bebel de cabelo molhado,
Escorrido lavado,
Nessas ondas de um mar de sul
Bebel que se volta de lado,
E me encara com olhos,
De inesperado azul
Você vai sonhar,
Vai se apaixonar,
Você vai chorar
Não chora José, não chora Zé,
Não chora, não chora."


Poizé... por onde andas você?

Por onde anda esse que enxugará minhas lágrimas, sonhará acordado comigo, se apaixonará perdidamente, sem barreiras ou freios... e, finalmente, chorará. De alegria? De alegria!

Choraremos.

domingo, 20 de maio de 2007

Medo de se apaixonar


"Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. Medo de se conhecer e esquecer outra vez. Medo de sacrificar a amizade. Medo de perder a vontade de trabalhar, de aguardar que alguma coisa mude de repente, de alterar o trajeto para apressar encontros. Medo se o telefone toca, se o telefone não toca. Medo da curiosidade, de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Medo de inventar desculpa para se ver livre do medo. Medo de se sentir observada em excesso, de descobrir que a nudez ainda é pouca perto de um olhar insistente. Não suportar ser olhada com esmero e devoção. Nem os anjos, nem Deus agüentam uma reza por mais de duas horas. Medo de ser engolida como se fosse líquido, de ser beijada como se fosse líquen, de ser tragada como se fosse leve.
Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de enfrentar a infância, o seio que criou para aquecer as mãos quando criança, medo de ser a última a vir para a mesa, a última a voltar da rua, a última a chorar.
Você tem medo de se apaixonar e não prever o que pode sumir, o que pode desaparecer. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra, incerta do que realmente quer, talvez todos em um único homem, todos um pouco por dia. Medo do imprevisível que foi planejado. Medo de que ele morda os lábios e prove o seu sangue.
Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Medo de que ele seja o homem certo na hora errada, a hora certa para o homem errado. Medo de se ultrapassar e se esperar por anos, até que você antes disso e você depois disso possam se coincidir novamente. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam.
Medo de que ele inspire a violência da posse, a violência do egoísmo, que não queira repartir ele com mais ninguém, nem com seu passado. Medo de que não queira se repartir com mais ninguém, além dele. Medo de que ele seja melhor do que suas respostas, pior do que as suas dúvidas. Medo de que ele não seja vulgar para escorraçar mas deliciosamente rude para chamar, que ele se vire para não dormir, que ele se acorde ao escutar sua voz.
Medo de ser sugada como se fosse pólen, soprada como se fosse brasa, recolhida como se fosse paz. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de ser antecipada e ficar sem ter o que dizer. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo da independência dele, de sua algazarra, de sua facilidade em fazer amigas. Medo de que ele não precise de você. Medo de ser uma brincadeira dele quando fala sério ou que banque o sério quando faz uma brincadeira. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de não respirar sem recuar. Medo de que o medo de entrar no medo seja maior do que o medo de sair do medo.
Medo de não ser convincente na cama, persuasiva no silêncio, carente no fôlego. Medo de que a alegria seja apreensão, de que o contentamento seja ansiedade. Medo de não soltar as pernas das pernas dele. Medo de soltar as pernas das pernas dele. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir. Medo da vergonha que vem junto da sinceridade. Medo da perfeição que não interessa. Medo de machucar, ferir, agredir para não ser machucada, ferida, agredida.
Medo de estragar a felicidade por não merecê-la. Medo de não mastigar a felicidade por respeito. Medo de passar pela felicidade sem reconhecê-la. Medo do cansaço de parecer inteligente quando não há o que opinar. Medo de interromper o que recém iniciou, de começar o que terminou. Medo de faltar as aulas e mentir como foram.
Medo do aniversário sem ele por perto, dos bares e das baladas sem ele por perto, do convívio sem alguém para se mostrar. Medo de enlouquecer sozinha. Não há nada mais triste do que enlouquecer sozinha. Você tem medo de já estar apaixonada." (Fabrício Carpinejar)


Ninguém entenderá o apaixonado a não ser ele mesmo. Ele volta a fazer amizade com a sua solidão.

Desassossegados


"Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete constante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.

Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejavam.

Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam antes de concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam." (Martha Medeiros)


Descobri, após ler esse texto, que sou uma desassossegada inveterada... Deus salve minha alma.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Um pouquinho de CIDADANIA não faz mal a ninguém

A palavra de ordem é cidadania. Ou ao menos deveria ser.
Segundo o Aurélio, “cidadania é a qualidade ou estado do cidadão”, e cidadão é “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este.”
Muito bonito na teoria, claro. O problema é que nós encontramos muitas barreiras para a vivência dessa cidadania. Afinal, quem não sabe que nós brasileiros temos uma “leve” tendência a achar “normal” as injustiças, a termos um “jeitinho” para tudo, a não levar a sério a coisa pública, a pensar que direitos são privilégios e exigi-los é ser boçal e metido, a pensar que Deus é brasileiro e se as coisas estão assim é por vontade Dele?

No entanto, algumas medidas bem bacanas estão sendo tomadas para que este quadro mude, com uma ajudinha das novas mídias. Lembrando que aqui nesse blog tudo é 0% jabá, uma delas é o Instituto Oi Futuro.

O Instituto Oi Futuro (www.oifuturo.org.br/) aposta na tecnologia da informação e comunicação como forma de aceleração do desenvolvimento humano. Ou seja, visa utilizar alternativas inovadoras para promover a inclusão da sociedade brasileira.

Dentro do Oi Futuro existe o projeto Novos Brasis (www.oifuturo.org.br/oifuturo.htm#/novosbrasis/), que tem por objetivo apoiar o desenvolvimento de soluções sociais que aplicam as tecnologias da informação e comunicação a favor da cidadania.

Dois projetos bastante interessantes estão sendo feitos desde 2006 no Rio de Janeiro pelo Novos Brasis.

O primeiro é o “SITE” (Sala de Informação, Tecnologia e Educação) realizado para o CECIP (Centro de Criação da Imagem Popular). O projeto foi inaugurado em 29 de outubro, com o objetivo de capacitar jovens da Baixada Fluminense e realizar oficinas de comunicação e cidadania, a fim de repassar os conhecimentos adquiridos para outros jovens.

O projeto está caminhando tão bem que os jovens do SITE já estão terminando de criar o site Atitude Jovem.

Quem quiser saber mais sobre o CECIP, o site é: www.cecip.com.br

O segundo projeto é o “0800 Rede Jovem”, realizado para o Comunitas (Parcerias para o Desenvolvimento Solidário). A grande inovação desse projeto é a interface entre a Internet e o celular para uso social. Através dessa interação, jovens cadastrados receberão informação sobre vagas de emprego, palestras, cursos e concursos via SMS (o famoso torpedo). Serão ao todo 500 jovens de cinco comunidades diferentes, que receberão 20 mensagens por mês em seus celulares. O lançamento do projeto está previsto para maio/07.

Mais informações sobre o Comunitas: www.comunitas.org.br


E você, já fez a sua parte hoje? Que tal ser voluntário por um dia? www.riovoluntario.org.br.

Ou então... que tal em vez de colocar clipes de bandas famosas no “meus vídeos” do Orkut, colocar um vídeo de conscientização? Já é um começo...

sexta-feira, 20 de abril de 2007

A filha do amor e da distância


Era uma vez a história de uma menina chamada Saudade. Saudade era filha do Amor e da Distância, e sofria muito com a sua característica.

Todos os dias ela perguntava para sua mãe: “Por que eu existo?”. E a mãe, muito preocupada com a pergunta de sua filha, respondia: “Porque você é o resultado de muito amor, só que somado à distância. Quem ama sente falta, minha filha. Um dia eu te explico o que significa a falta”.

E Saudade passou a vida toda tentando entender porque ela nasceu, qual era o significado de sua existência. Sim, Saudade já era mais velha, e dessa forma já tinha muitas questões existenciais pendentes.

Um belo dia, sua superprotetora mãe, vendo que Saudade havia se tornado melhor amiga da Tristeza decidiu explicar à filha o que significava a falta: “Filha, eu sei que agora você pode entender o que a falta significa. A falta é aquele pedaço de você que parece ter sido tirado, ter sido arremessado para longe sem sequer terem te perguntado se você gostaria disso. Falta é viver sentindo que a sua vida não está como você gostaria. Que o quebra-cabeças não está completo. Que Romeu e Julieta não estão juntos. Que o céu brigou com as estrelas. Que você não vai ser o mesmo até recuperar aquilo que foi perdido, colocado para além de você. Entende?”. E Saudade, com lágrimas nos olhos respondeu: “Sim, agora eu entendo, mamãe”.

E aí, Saudade conseguiu compreender o seu lugar no mundo. Conseguiu entender que ela era importante para continuar mostrando às pessoas que amam e têm alguém longe delas, que elas estarão sempre juntas. Em pensamento. A Saudade faz com que duas pessoas, mesmo uma no calor da Índia e outra no frio da Sibéria possam estar juntas. Sempre.

E todos, Amor, Distância e Saudade puderam conviver harmoniosamente e viver felizes para sempre!
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Bebel Clark

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Um dos 'oásis' em uma 2a feira qualquer


Como foi seu feriado? Viajou afinal? Eu usei o meu para descansar... acabei ficando no Rio, e fui para Petrópolis no sábado para voltar domingo antes do almoço. Uma delícia.

Você já viu um filme chileno que está em cartaz chamado "Na cama"? Eu fui ver na 6a feira à noite, sozinha, sem a menor espectativa de nada. E adorei!

O filme conta a história de duas pessoas desconhecidas que passam a noite juntas. É todo passado num quarto de motel, o que primeiramente pode ser encarado como monótono, mas o diretor faz coisas interessantíssimas com a câmera. Olha para a cena de vários ângulos, e a edição é ótima também! Até as cenas eróticas são plásticas, muito belas...

Também gostei muito do roteiro e das atuações... simples mas profundos. O filme suscita questões interessantes e extremamente verdadeiras. Como a de que todo primeiro encontro tem a esperança do amor. O problema sempre é o depois, os empecilhos que a vida coloca no caminho...

Achei poético o filme... enfim, pra quem foi sem nenhuma esperança, o filme valeu uma 6a feira solitária.

Aconselho!

Saudades!!!

Beijos